sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Colonização: visão científica e bem fundamentada... para alguns...

ESTE POST É DE UM COLABORADOR DO BLOG, POSSO DISCORDAR DAS IDÉIAS AQUI ESCRITAS, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O DIREITO DE SEREM POSTADAS.(HEREGE)


Existe um pensamento predominante de que ciência e religião não se misturam. Eu discordo. E abro espaço para quem concorda e queira debater. Para mim que ciência é outra religião, baseada na razão, em ideais humanistas e iluministas, típico do ideal clássico de valorização do homem. E, por isso, que decidi postar essa discussão que irei fazer acerca da colonização.

Comecemos com uma linda historinha...

Um dia, um cara muito fodão criou um navio, e decidiu ir buscar lendárias especiarias (no ensino fundamental nossos professores nos disseram que eram temperos exóticos, não existentes na Europa. Esses temperos eram úteis numa época onde não existiam geladeiras...). Ele, na procura desses temperos, desbravou os sete mares para colonizar o local onde haviam essas especiarias - entre elas o ópio, matéria prima da Heroína - e conquistar para seu país a riqueza mais procurada da época. Nessa mesma época, os portugueses também procuravam as Índias Orientais, mas encontraram as Brasileiras, lindas de morrer!

Enfim... ingleses, espanhóis e franceses, e portugueses, é claro, procuraram as tais Índias Orientais e encontraram... no sul da África. Mas, por lá, encontraram muito mais que temperos. Depararam-se com pessoas que eram natureza, faziam parte dela, eram de fato ela. Se a natureza acabasse, elas acabavam. Dependiam da natureza para sobreviverem. E é aqui que começo a minha discussão acerca da ciência e da vida do homem desde tempos imemoriais até hoje.

Você vai ao açougue semanalmente, certo? Ao mercado, também... Pois então. Nossa sociedade capitalista procura os materiais mais acessíveis para sua sobrevivência de maneira mercantil: eu tenho dinheiro, eu compro o que preciso. Você - nem eu - pensa no processo que levou o boi ao açougue, em que compramos apenas um pedaço. Ele é o boi, eu sou o homem, e ponto final. Pois é esse pensamento que levou à colonização e à escravização das raças então consideradas "inferiores".

Para entender melhor essa visão, irei explicar ponto a ponto. Somos natureza ou parte da natureza? Como você se considera? Para você, a destruição da Amazônia seria um problema local ou mental?

Se para você a Amazônia é um problema nítido, visível, se você reconhece que sem ela não dá pra viver, fique feliz. Sua visão não é massacrante e egocêntrica. Mas, se para você, a Amazônia é alheia a seus interesses, você tem uma visão parecida com a dos colonizadores europeus do século XVI. E acredite: essa visão é a base do capitalismo moderno. Para nós, afundados pelo capitalismo, um pedaço de carne é apenas um pedaço de carne. Não se trata da vida de um animal, que morreu para que tenhamos oportunidade de alimentarmos com fibras e proteínas, que farão nosso corpo bem nutrido.

Os europeus assustaram-se com a imagem com que se depararam ao chegar ao seu destino: um povo que vivia em harmonia com a natureza, que eram parte dela. Mas esse susto passou logo. Eles pensaram: Se esse povo é natureza, e a natureza é um bem a ser explorado (preceito bíblico), devemos explorar esse povo, assim como exploramos a natureza, os animais, plantas, minerais e bens naturais. E assim começou a escravidão.

Pessoas que eram A PRÓPRIA NATUREZA foram explorados até o limite de suas forças, pois ERAM natureza, e correspondiam aos ideais de exploração descritos na própria bíblia...

Essa visão é descrita em vários textos de Matturana e Varella. O homem é egocêntrico, pensa apenas no próprio umbigo, e esse é um dos pontos que levaram ao desenvolvimento da ciência. O homem é alheio à natureza que o cerca, vive sem pensar em consequências, pois o dinheiro lhe permite isso.

Achei importante postar isso após uma aula de metodologia da pesquisa. Aprendi muito acerca do homem e do antropocentrismo. E penso que esses ideais são realmente visões de mundo religiosas, porque muitos tomam como modo de vida, e escatológicas, porque, de uma maneira ou outra, prevêm o fim de nossa espécie.

Espero ter colaborado...

Bom tempo - que é relativo - a todos nós.