terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sobre o Papai Noel, a Amanita Muscaria e a Coca - Cola.

O dia 25 de dezembro hoje em dia - Por conta da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) - é associado ao nascimento de um cara barbudo e cabeludo que andava sobre a água, ressuscitava mortos e que acabaria morrendo crucificado. A mesma data também é associada a um gordo vestido de vermelho que, a meia noite entra nas casas das pessoas para deixar algum presente debaixo de uma arvorezinha cheia de luzes e bolas coloridas. A história do cabeludo nós já vimos AQUI, a do dia 25 de Dezembro vimos AQUI, e agora veremos um pouco da história deste gordo vestido de vermelho.


Existia um povo numa época remota onde hoje se localiza a Sibéria, que vivia de acordo com as tradições Xamãnicas da região e da época (E hoje naquela região ainda há um povo descendente que vive de maneira semelhante), eram conhecidos como O Povo das Renas.



As renas eram consideradas sagradas para aquele povo, eram vistas como a manifestação de um Grande Espírito que, invocado pelos Xamãs, auxiliava nas decisões para resolução dos problemas individuais e comunitários. Na sua viagem astral, para encontrar com os espíritos superiores ,os Xamãs em transe, utilizavam um trenó astral conduzido por renas voadoras.



De acordo com suas tradições Xamânicas, este povo realizava um ritual no Solstício de Inverno, para celebrar o término de um ciclo e dar boas vindas ao novo. Para realizarem esta celebração, os Xamãs iam em busca de um ingrediente essencial para todo o ritual, a Amanita Muscaria.

Ao saírem pela manhã para coletarem os cogumelos, os Xamãs vestiam-se com casacos grandes e botas reforçadas feitas de couro de rena e um saco para guardarem suas coletas. Estes simpáticos cogumelos geralmente crescem em lugares específicos e, com condições específicas, comumente depois de uma noite de muito orvalho aos pés de árvores da família das Pinaceae, em lugares onde a neve ainda não encobriu toda a vegetação. Uma das árvores desta família é o Abeto.



Agora imaginem esta arvorezinha coberta de orvalho, logo nas primeiras horas da manhã com os raios de sol refletindo nas pequenas gotas, fazendo com que pareçam pequenas luzes que acendem e apagam. Isso te lembrou algo?

Ao retornarem para suas casas ( Que eram muito parecidas com aquelas casinhas dos índios que vemos nos desenhos do Pica-pau, só que bem maiores), os Xamãs utilizavam a abertura que ficava na parte superior ( Isso mesmo, a Chaminé da casa) para entrarem, pois, muitas vezes a neve tinha encoberto a entrada principal. Dentro da casa já havia uma estrutura feita com galhos de Abeto, próximos a fogueira central da casa, onde os Xamãs penduravam os cogumelos para que estes pudessem ser desidratados, com o intuito de diminuir sua toxicidade e liberar ainda mais suas propriedades enteógenas.

Depois de todo este preparo, no dia da festa/celebração/ritual os Xamãs distribuíam os Cogumelos(presentes) entre os membros do povoado e, todos comemoravam o Solstício de Inverno chapadões de cogumelos, comendo churrasco de rena e bebendo pra caralho.



Depois de alguns séculos a ICAR reuniu características destes Xamãs, com características de diversas outras divindades pagãs, inventou e modificou algumas coisinhas aqui outras acolá e criaram um santo para ser assimilado por todos, surgindo assim a figura de São Nicolau com seus trajes verdes.



Mais alguns séculos depois, um desenhista e alquimista chamado Thomas Nast fez uma representação de São Nicolau, usando as três cores da Alquimia, o preto, o branco e o vermelho (Albedo, Nigredo e Rubedo) em um de seus trabalhos. No final do Séc. XX a Coca-Cola fez uma puta de uma propaganda maciça de seu produto, usando o desenho de Nast. E assim, finalmente todos assimilaram a imagem do Papai Noel que temos hoje.



Então meu amigo cristão, se você celebra o Natal acreditando estar homenageando seu deus, reveja seus conceitos.

E já que é pra celebrar, façamos da maneira mais próxima da original, não temos Amanita Muscaria, mas temos a Psilocybe cubensis, não temos carne de rena mas temos carne de gado e para beber opções não faltam, eu vou de cerveja!

Então era isso! Espero ter conseguido passar a bola.
Até a próxima.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre o Rock e o Oculto. Parte II - A Grande Besta e o Sargento Pimenta



Edward Alexander Crowley era filho de dois membros devotos de uma faccção cristã conservadora,denominada Irmandade de Plymouth, um rico cervejeiro chamado Edward Crowley e sua esposa Emily. Eles moravam em Leamington Spa, Warwickshire, sob um estado de respeitabilidade vitoriana, e ali Mr. Crowley nasceu no dia 12 de outubro de 1875.

Talvez eles fossem simplesmente devotos e respeitáveis de mais. Seu talentoso filho reprimido sofria em uma atmosfera de crenças limitadas, quando ele se rebelou sua mãe lhe disse que ele estava sendo tão ruim quanto a Grande Besta do livro das revelações. Isso parece ter fixado na mente de Crowley porque, quando ele se tornou um homem ele assumiu o título de a Grande Besta - até mesmo a ponto de ter essas palavras impressas em seu cartão de visitas.

Em 5 de marco de 1887, quando Crowley tinha apenas onze anos, seu pai morreu de cancêr de língua. Algum tempo depois foi enviado a uma escola da irmandade de Plymouth, mas foi expulso por tentar "corromper" outro garoto. Depois passou por outras duas escolas, sempre caosando por onde passasse. Tornou-se extremamente cético sobre o cristianismo e foi contra a moralidade Cristã da qual foi ensinado.



Crowley herdou uma fortuna substancial de seu pai. Ele foi para faculdade de Trinity,Cambridge e, por ter rejeitado totalmente a religião de seus pais, passou a se interessar pelo oculto. Com o tempo, ele se juntou à Ordem Hermética da Golden Dawn, que tinha muitas pessoas importantes entre seus iniciados. Ele também viajou ostensivamente no Oriente, aprendento os sistemas ocultistas orientais.

Em Abril de 1904 numa de suas viagens ao Egito, Crowley participou de alguns rituais magísticos juntamente com sua então esposa Rose Kelly, e num destes rituais Crowley afirmou ter recebido mensagens de alguns entes poderosos, dentre eles o autoentitulado Aiwass. Destas mensagens ele compos tres capítulos de um manuscrito chamado Liber Legis,o Livro da Lei, contendo mensagens sobre a Nova Era/Eon e a nova lei da humanidade a Lei de Thelema.

Deste livro vem o famoso e talvez mais importante atestado ocultista que, iria influenciar fodasticamente muitos cabeludos insanos séculos mais tarde:" Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei. O Amor é a Lei, o Amor sob vontade". Nesse manuscrito Crowley baseou toda sua vida, obras e ensinamentos posteriores.



Algum tempo depois Crowley se desentendeu sérimente com o Líder da Golden Dawn, Mac Gregor Mathers. Com isso acaba saindo da ordem e fundando a sua própria, a Argentinum Astrum ou Estrela de Prata, abreviada como A.A..

Crowley foi um pagão, poeta, escalador de montanhas, mago e profeta. Viajou pelo mundo e foi um explorador audaz do perigoso mundo interior das drogas. Durante toda sua vida adulta chamou muito a atenção por conta de sua inteligencia, sagacidade, personalidade marcante e excessos. Escandalizou grande parte do mundo com suas declarações polêmicas e atitudes subversivas,sendo até expulso de Cecília na Itália por Mussoline, devido a uma tentativa de fundar uma Sociedade Alternativa com base na lei Thelemista( Qualquer semelhança com aquela história de um certo Maluco Beleza Não é méra coincidência). Em outra ocasião levantou-se contra Hitler, ajudando Winston Churchil com informações de ordens místicas sobre o grupo do Fuhrer. Não dispensava boas bebedeiras, orgias, esbórnias e sacanagens em geral.

Seus últimos anos, a partir de 1945, são vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continuam recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem a Besta. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.

No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 (imaginem este número ao contrário e guardem ae na memória, hehehehe) anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros e ainda perplexo, segundo terceiros, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.

Quatro dias depois, no crematório de Brighton, assistido por um reduzido número de admiradores e discípulos, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual", com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu famoso Hino, a Pã.

20 anos após sua morte,ele surge na capa de um dos discos mais importantes da história do rock:



E como ele foi parar ali?

Crowley Influenciou muitas pessoas com suas idéias e sua Magick, dentre elas um escritor chamado Adous Huxley. Em outubro de 1930, Aleister Crowley jantou com Huxley, em Berlim e introduziu Huxley num mundo paralelo através de uma porta chamada peiote - Uma droga que possui propriedades semelhantes as do LSD - Huxley abriu suas portas da percepção e tornou-se defensor do uso de psicoativos como catalizadores de processos mentais, o mais popular destes psicoativos era o LSD.

Muitos estudiosos e cientistas inspirados em Huxley, usavam e distribuiam o LSD entre amigos e grupos de artistas, que eram vistos como "Grupos de estudos". Era o caso do Dr Robert Freeman que na primavera de 1965, convidou dois amigos para uma jantinha sussa em sua casa. Seus amigos George Harrison e Jhon Lennon, neste dia foram iniciados no mundo psicodélico de forma involuntária. O Doutor fanfarrão batizou com ácido lissérgico o chá que eles estavam tomando após o jantar. Os dois Beatles, acompanhados de suas respectivas esposas, experienciaram uma viagem tão sinistra que, naquela noite tiveram plena certeza de que estavam perdendo o juízo. Iniciou-se assim a entrada do LSD na vida do quarteto de Liverpool.

Pouco tempo depois, Ringo e Mccartney são aplicados na nova descoberta de Lennon e Harrison e passam a usar o LSD com frequência religiosa. Mas ao contrário das outras drogas recreattivas que usavam, esta eles não costumavam usar em grupo. Foram raros os momentos em que isso ocorreu.

O efeito do LSD na mente de algumas pessoas causam um distanciamento tão extremo da conciência lúcida, a ponto de serem distinguidas como algo separado do "eu", abrindo conexões com objetos inconscientes e expandindo a percepção, a ponto de seus usuários sentirem uma espécie de comunicação com um outro mundo, exatamente como os antigos Xamãs faziam - E poucos ainda o fazem.



Os jovens desta época descobriram além do LSD, a literatura dos escritores que eram defensores do uso dos psicoativos e de uma vida fora do padrão imposto - Crowley e Huxley são dois exemplos perfeitos de escritores que influenciaram os jovens - e muito dessa literatura está nas letras de canções que até hoje escutamos.

Ainda em 65 Harrison através de um dos membros da banda The Byrds(numa das gravações do filme Help!), entra em contato com a música indiana e de cara se fascina, começa a se interessar pela cultura e ao ler um livro sobre reencarnação, entra em contato com a religião Hindu(religião que Crowley estudou a fundo). Logo descobre que algumas meditações provocam um estado semelhante e até mais poderoso que o efeito do LSD, e introduz a literatura ocultista oriental para o resto do grupo. Foi um ano de muitas descobertas para todos.

Então, chegamos ao ponto em que surgiu a chapada idéia da capa do disco Sgt Peppers.



Paul (Este mesmo que está na foto acima, num momento Willie Wonka) foi quem surgiu com essa onda de Sgt. Peppers. Almoçando junto com seu camarada(Provavelmente depois de ter fumado uns vários), começou a viajar em nomes aleartórios, ele viu que nos pequenos pacotinhos de sal e pimenta(mais ou menos como os saches de maionese e catchup q temos hoje), haviam identificações respectivas com "S" e "P". Seu camarada teria brincado, dizendo algo como "O que são estas paradinhas? Ah! Sal e Pimenta" (Salt n' Pepper). Paul, brincando com o sotaque de sua terra, repete : "Sgt. Pepper". Segundo o próprio Paul McCartney, ele imediatamente associou Sgt. Pepper como um nome que poderia ser usado como um pseudônimo para os Beatles.

Em plena psicodelia lisérgica, estavam nascendo bandas com nomes tão compridos quanto escrotos, tais como Quicksilver Messenger Service ou Big Brother and the Holding Company. Paul achou que seria legal ter uma extensão para emendar com Sgt. Pepper. Então ele pensou em Lonely Hearts Club, algo meio fora do contexto, exatamente o que ele queria. Para chegar ao Lonely Hearts Club, Paul lembrou do clube que existia perto do ponto de ônibus em Penny Lane,sua cidade natal. Um Lonely Hearts Club é um lugar que pessoas solteiras ou solitárias freqüentam para conhecerem outras pessoas.

A idéia inicial para a capa veio também de McCartney, que desenhou em um pedaço de papel uma multidão em uma praça para assistirem Sgt. Pepper e, sua banda receberem do prefeito uma troféu. Paul contou sua idéia para Robert Frazer que o levou para conhecer Peter Blake, um dos artistas pioneiros e fundadores do Movimento Pop Art. Peter então fez o seu desenho, mudando ligeiramente o conceito inicial, que iria mudar mais algumas vezes até se tornar a capa como nós a conhecemos.



Na primeira reunião entre Blake, Frazer e McCartney, nasceu a idéia da banda escolher a galeria de pessoas a serem representados na capa. Nesta altura do campeonato, os Beatles estavam intimamente envolvidos com os caminhos ocultistas Hindus ( Grande influência de George Harrison), com a literatura sombria dos ativistas pro-lissergia e com os conteúdos inconscientes, liberados pelo uso excessivo de drogas psicoativas. Paul então levanta a proposta com os demais Beatles, sugerindo que todos relacionassem nomes de pessoas que de alguma forma admiravam ou que gostariam de ver na capa apenas para caosar.



Sendo eles de:

John Lennon: Mahatma Gandhi,Adolf Hitler, Jesus Cristo e o Marquês de Sade, os 3 últimos jamais chegando à arte final. Brigitte Bardot, Lord Buckley, James Joyce e Friedrich Nietzsche também acabariam de fora. Suas opções entre os homenageados presentes são Lenny Bruce, ALEISTER CROWLEY, Dylan Thomas, Oscar Wilde, Edgar Allen Poe e Lewis Carroll.

George Harrison: A sua lista só inclui gurus indianos. São eles Sri Mahavatara Babaji (entre William Burroughs e Stan Laurel), Sri Yukteswar Giri (ao lado de Aleister Crowley), Sri Lahiri Mahasaya (entre Albert Stubbins e Lewis Carroll), e Paramahansa Yogananda (ao lado de H.G. Wells).

Ringo Starr: Cara, ele não escolheu ninguém, mas achou legal a idéia...

Paul McCartney: Embora nem todos de sua lista acabassem na arte final, Paul relaciona suas opções como sendo Brigitte Bardot, William Burroughs, Robert Pell, Karlheinz Stockhausen, Aldous Huxley, H.G. Wells, Albert Einstein, Carl Jung, Aubrey Beardsley, Alfred Jarry, Tom Mix, Johnny Weissmuller, Rene Magritte, Tyrone Power, Karl Marx, Richmal Crompton, Dick Barton, Tommy Handley, Albert Stubbins e Fred Astaire.



Com tantas idéias, aprendizados e epifanias para passarem a diante a intenção clara, era de oferecer o máximo de música possível no espaço de um vinil, começa uma nova era de popularidade para o bolachão. Até então, LP's (Long Plays) eram vistos como um veículo para colocar alguns hits somados a o que em inglês se costuma chamar de fillers, ou seja, músicas apenas para completar o vinil. A proposta dos Beatles acaba com este raciocínio e LP's passam a ter uma identidade própria, e em tempo seria suplantado o interesse maior, que sempre fora dado aos compactos. Os Beatles aliás, sempre deram importância para que todas as músicas de seus álbuns fossem de alguma qualidade, mas este é o primeiro álbum que procura demonstrar claramente, com as faixas sem intervalo, que é para se ouvir inteiro uma música após a outra, na ordem apresentada, muito como uma peça de teatro ou um filme. Em retrospectiva, Sgt. Peppers seria visto como o primeiro álbum conceitual da historia, um marco para a história do Rock n Roll.

Mas para o Rock chegar a este ponto, antes passou por algumas fases interessantes e algumas destas fases veremos no próximo post desta série, com muito Rock, sexo, drogas e claro, algumas coisas ocultas.

No próximo post desta série: O Skifle, Leary e as Pedras que Rolam.




Paul Mcartney não morreu e nunca houve um sósia que o substituiu.

A música Lucy in The Sky With Diamond não faz referências subliminares ao LSD. Foi inspirada num desenho feito pelo filho de Lennon.

Os Beatles não fumaram maconha pela primeira vez com Bob Dylan, eles já davam um tapinha na macaca muito antes de o conhecerem.

Charles Manson acreditava que os Beatles eram anjos que se comunicavam com ele através de suas músicas. Com sua loucura, induziu um grupo a realizarem uma chacina da qual foi morta a esposa de Romam Polansk, o diretor do filme O Bebê de Rosimary em 1969.

Jhon Lennon foi assassinado no mesmo dia e mês em que Jim Morrison nasceu, nove anos após a morte de Morrison 08/12/1980.

Pra quem chegou agora recomendo a leitura da primeira parte desta série Sobre o Rock e o Oculto. Parte I - A Encruzilhada.

To be continued...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Filmes Compartilhados - Insidious/ Sobrenatural.



Este filme aborda e ilustra alguns temas interessantíssimos como Sonhos Lúcidos, viajens astrais, Obssessores, entre outras coisas estranhas. Para quem nunca ouviu falar sobre tudo isso, recomendo antes a leitura destes textos aqui, aqui e aqui. Quem conhece estes assuntos certamente irá gostar da forma em que o autor os expôs no filme.

Filme excelente, do diretor James Wan(O mesmo insano que dirigiu e escreveu Jogos Mortais I). Posso dizer que está entre os melhores filmes que vi este ano. O problema de falar bem de um filme é que as vezes se cria uma expectativa em cima do mesmo, que muitas vezes acaba por decepcionar o espectador. Então, sem mais elogios, recomendo a todos.

Sinopse:

Em ´Sobrenatural´, uma família, que acabou de se mudar para uma casa nova, descobre que um espírito do mal está dentro da casa, ao mesmo tempo em que o filho do casal entra em coma de maneira inexplicável. Tentando escapar das assombrações e para salvar o menino, eles se mudam novamente e percebem algo terrível que os deixa desesperados: não era a casa que estava mal-assombrada.

Ano de Lançamento: 2011.

DOWNLOAD.

UPDATE - Nossa amiga Bárbara Desgraceria. nos enviou o link da versão legendada, e você pode fazer o donwload
AQUI.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre o Rock e o Oculto. Parte I - A Encruzilhada




Nascido na região Delta do Mississipi(Harlehurst) por volta de 08 de Maio de 1911, Robert Leroy foi o décimo primeiro filho de Julia Major Dodds, que com Charles Dodds tivera dez filhos antes de Robert. Fruto de uma traição de Julia com um trabalhador rural, Robert não recebera o sobrenome Dodds.

Charles Dodds era 22 anos mais velho que Julia, possuia uma pequena propriedade de terras e uma vida estável no Mississipi, porém, devido a um sério desentendimento com um dos moradores mais importantes da região, foi obrigado a fugir por volta de 1909 para Memphis, onde adotou o nome de Charles Spencer. Nos 2 anos que viriam Julia enviava seus filhos de tempos em tempos para Memphis, para morarem com Charles, neste periodo teve um caso com Nonah Jonhson e deste caso nasce Robert.

Com a situação financeira ficando cada vez mais precária, Julia acaba sendo despejada e por conta de sua traição é rejeitada por Charles, não podendo assim mudar-se para Memphis, passando a viver com 2 filhas e Robert em fazendas trabalhando nos campos colhendo algodão, mudavam-se com frequencia e seguiam para onde precisassem de seus serviços. Enquanto Julia trabalhava nos campos, Robert ficava aos cuidados de sua irmã de apenas 8 anos.

Nos anos seguintes Robert, ainda criança, trabalhou nos campos, aprendeu sozinho a tirar melodias de sua gaita, conviveu com diversas pessoas conhecendo assim velhas canções, costumes e ensinamentos dos descendentes da época da escravidão. Tempos depois, Charles arrependido tentou algumas vezes reestruturar a família. Posteriormente acaba aceitando Robert, mas seu ressentimento pela traição de Julia sempre o acompanhou.


Na adolescencia de Robert a história de seu verdadeiro pai lhe é revelada, desde então assume o nome Robert Jonhson. Nesta época sai de casa e passa a morar sob a tutela de seu irmão mais velho, aprendendo com ele os primeiros acordes no violão.

Robert retorna para casa de sua mãe alguns anos mais tarde. Nessa altura do campeonato Julia já estava com outro marido, vivendo novamente no Delta do Mississipi. O novo padrasto não gostava nem um pouco das músicas e do estilo de vida do enteado. De saco cheio das implicancias do velho, Robert sai de casa mais uma vez.




É interessante o fato de não se ter nenhum registro a respeito dos estudos de Robert. Ninguém sabe onde ou mesmo se ele estudou. Algumas pessoas diziam que ele era analfabeto, outras diziam que ele até entrou numa escola, mas abandonou os estudos por conta de uma catarata. No entanto é fácil pressupor que a escola não deveria ser uma prioridade para ele.

Em 1930 Robert havia se casado e levava a sério a vida de músico, neste período moravam numa casa sua irmã, cunhado, ele e a esposa. Logo vem a notícia de que sua esposa está grávida e meses mais tarde, devido a complicações, ela e a filha não resistem e morrem durante o trabalho de parto.

Robert então decide pegar a estrada e viaja por todos os lados da região do Delta, de onibus, pedindo carona, embarcando clandestinamente em trens, parando em cidades diversas, tocando em botecos e passando o chapéu por todas as esquinas onde pudesse. Como tinha grande facilidade em tirar as músicas de ouvido, tocava tudo o que pedissem. Possuía um carisma especial e geralmente era bem recebido quando retornava as cidades que ja havia visitado.



Passou a tocar com nomes conhecidos do Blues, que antes haviam lhe influenciado como Charlie Patton, Willie Brown e Son House, perpetuando assim o Delta Blues também conhecido como Country Blues. Suas composições eram baseadas principalmente em experiencias sofridas, amores violentos e seu desconforto espiritual.

Em determinado momento de sua carreira Johnson se apresenta exibindo uma performace nunca vista antes, usando o gargalo de uma garrafa quebrada para tocar, produz uma distorção peculiar, com uma afinação diferente e com acordes estranhos, impressiona toda uma leva de músicos muito mais velhos e experientes do que ele.

Para muitos havia um motivo para esta mudança.



Robert Jonhson foi tocar em algum lugar entre Yazoo City e Beulah, tentando chegar em Helena City acabou indo parar numa estrada próxima a um dique, ao sul de Rosendale. Nesta estrada Robert caminhava tranquilamente com seu violão apoiado no ombro. Era uma noite fresca de outubro a lua estava cheia iluminando o céu escuro, Robert lembrava das palavras de seu amigo Son House "Abaixe este violão Moleque, você está deixando as pessoas malucas!"
Robert como sempre estava em busca de uma boa talagada de wisk e uma garota para se divertir.

Rodeado por um bosque com grandes árvores, sozinho na estrada chegando numa encruzilhada, ao sul de Rosendale, se depara com um cão jogado numa vala ao lado da estrada, envenenado, enlouquecido, gritando e gemendo . Seus gemidos faziam calafrios eletrizantes subirem por toda sua espinha.
Robert conhecia algumas pessoas por ali, e possivelmente encontraria algum lugar para tomar uns goles e algo mais. Até que sente uma sensaçao ruim, como se algo estivesse prestes a acontecer.

Logo a frente percebe um homem sentado ao lado da encruzilhada, e este homem diz: Você está atrazado Robert Johnson. Robert cai de joelhos e responde: talvez não.

O homem se levanta, é alto e possui olhos negros como a noite, aproxima-se de onde Robert esta ajoelhado e diz: Levante-se Robert Jonson! Você quer jogar este violão ali naquela vala, com aquele cachorro empestiado e voltar a Robsonville para tocar gaita com Willie Brow,como um músico qualquer,ou voce quer tocar este violão de forma nunca antes vista? Fazer um som que nunca foi ouvido por ninguém? Ser o rei do Delta Blues,ter todo o wisk que puder beber e todas as mulheres que conseguir amar?

Eu gostaria disso.

Sim, eu sei. Eu sei quem é você Robert Jonhson. - Diz o Homem.

Robert sente o clarão da lua crescendo e aquecendo sua nuca, tão quente quanto o sol do meio dia. Os uivos do cão estremessem sua alma entrando por seus pés, atravessando seu corpo, passando por seus bracos até a ponta dos dedos. Fazendo-o tremer como um homem doente. Robert diz: Maldito cão louco!

O homem ri. Este cão pertence a mim. Ele não esta louco, ele possui o blues dentro dele. E eu tenho a alma dele em minhas mãos.

O cão solta um gemido abafado e em seguida começa a uivar, grunir, urrar de uma forma estranhamente compassada. As cordas de seu violão começam a vibrar e acordes e musicais começam a tomar conta da mente de Robert, que canta sentindo um êxtase como se estivesse no paraíso. Robert olha nos olhos do cão e sente uma energia vibrando de seus olhos. Um brilho violeta profundo. Johnson sabe que esta olhando nos olhos de uma criatura dos infernos.

O homem diz: O cão não está a venda Robert Johnson, mas este som pode ser seu. Este é o som do Delta Blues!

Eu tenho que ter este som! Este som é meu! Onde eu assino?

Você nao precisa de lápis Jonhson, sua palavra é o bastante. Tudo o que você tem a fazer é continuar caminhando para o Norte. Mas é melhor estar preparado, pois, haverá consequencias.

Preparado para que?

Você sabe onde está neste momento Robert Jonhson? Você esta em pé no meio de uma encruzilhada. A meia noite a lua cheia estará a direita de sua cabeça. Você pode voltar para cleveland pela estrada 61, pegando o caminho leste, ou você pode virar e retornar para Beulah, ou simplesmente pegar o caminho oeste e sentar-se no dique e ficar contemplando o rio. Mas se você continuar seguindo na direção que estava indo, a meia noite estará em Rosendale sob a proteção desta noite de lua cheia de outubro. E voce será o dono de um Blues que nunca foi ouvido até então. Minha mão esquerda estará sempre envolvendo sua alma e sua música irá seduzir a todos que a ouvirem. Isso é um bom motivo para voce estar preparado. Sua alma agora me pertence. Esta não é uma encruzilhada qualquer, coloquei um X nela pois estava esperando por você.



Robert gira sua cabeça e seus olhos de encontro com a luz da lua perdem a visão, como se um raio estivesse vindo em sua direcao. Ele olha para o homem e diz: Para traz ! Eu irei a Rosendale! Eu sou o Blues!!

o homem se afasta e diz: Vá para Rosendale Johnson, você agora é o rei do Delta Blues.

Em 23,26 e 27 de Novembro de 1936 em San Antonio no Texas, Robert realiza sua primeira sessão de gravações. Sete meses depois, em junho de 1937,( dias 19 e 20) em Dallas realizou a segunda e última sessão, gravando o total de 29 músicas. Nestes anos dividiu o palco com Alex Miller, Elmore James e Howlin Wolf.

Muitas vezes no palco Jonhson virava-se de costas para a platéia, rumores diziam que ele realizava este movimento para esconder o semblante demoníaco que lhe surgia,em momentos de extase ao tocar suas músicas.

Em 1938 tocando e bebendo num bar acaba tomando um wisk envenenado, talvez por um marido ciumento que não aprovou a idéia do Bluesman flertar com sua esposa. Robert foi hospitalizado e 3 dias depois é encontrado no quarto do hospital, andando de quatro como um cão e urrando de forma aterrorizante. Em seguida desaba no chão e morre ali mesmo,como um animal raivoso, aos 27 anos (Guarde ai na sua memória este número, será importante nos posts futuros).

De todos estes fatos, os que realmente possuem uma legitimidade, são os dias em que Robert gravou suas canções. Todos os outros acontecimentos são baseados em lembranças e ou devaneios de conhecidos, familiares e camaradas.

Algumas versões de sua morte contam que ele levou um tiro ou morreu de sífilis. A história do pacto com o capeta apareceu devido sua virtuosidade precoce em tocar violão(Son House foi um dos que propagaram esta lenda), há variações do local onde se encontra a encruzilhada, alguns como Henry Goodman (O autor da história que foi postada acima), afirmam que o pacto foi selado na auto estrada, 1 com a 8, próximo a Rosendale, outros dizem que o local exato fica na Auto estrada 61 com a 49, próximo a Clarksdale. O fato de Robert virar-se de costas para o público tem mais a ver com a preocupação em esconder seus acordes inovadores de outros músicos que o assistiam, do que esconder sua suposta cara encapetada.Até mesmo ser encontrado andando de quatro pelo hospital pode ter uma explicação, devido ao envenenamento Jonhson pode ter tido dores abdominais fortes fazendo com que se comportasse de tal maneira.

Fato é que Robert revolucionou e inovou a forma de se fazer Blues, tornando-se grande referencia na padronização de 12 compassos usados no Blues. Após sua morte muitos músicos usaram e perpetuaram suas técnicas, entre eles Robert Lockwood Jr., seu enteado. A herança de Robert sobe rapidamente o Mississipi e em menos de 10 anos o Blues se torna elétrico, ganhando peso e swing. Na década de 40 Jerry Wexler( Que viria a produzir nomes como Ray Charles, Big Joe Turner, T-Bone, Solomon Burke entre outros) que escrevia para Billboard, cria a denominaçao Rhythm & Blues para substituir o termo "Race Records", que traduzido seria algo mais ou menos como "Músicas de Pessoas de Raça".Neste contexto "Raça" era aplicada como um termo preconceituoso e pejorativo.

Mais 10 anos se passam e entram em cena Elvis Presley e Chuck Berry(Apresentações desnecessárias) ambos herdeiros das inovaçcoes de Robert. E mais tarde eles próprios seriam os inovadores. É preciso saber que nesta época a música "dos negros" nao era bem vista pela "sociedade branca", era considerada como algo tribal, consequentemente pagão e todos nós sabemos que, tudo que carrega este nome é considerado coisa do diabo. Entao Alan Freed ,radialista da época, tenta aliviar a barra do estilo e inventa um novo nome para que os "pais brancos" aceitassem que seus filhos ouvissem o "som dos negros", nasce assim o termo ROCK N ROLL.

Mas como sempre tem um filho da puta pra atrapalhar(neste caso vários), os conservadores que estavam no poder não suportavam a idéia de brancos e negros juntos, cantando, divertindo-se, bebendo e transando como lebres no cio. Então trataram de fechar o cerco entre 58 e 59, perseguindo apreciadores, divulgadores, criadores, interditando rádios e produtoras do gênero.

Pra foder de vez, Elvis foi para o exército(voltou em 1960 mas estava dedicado a sua carreira no cinema, deixando a música em segundo plano). Jerry Lee Lewis teve sua carreira encerrada pela opnião pública, quando descobriram que ele se casou com uma prima de 14 anos. Buddy Holly, Ritchie Valens e the Big Bopper morrem num acidente de aviao e Litle Richard deixa a música para estudar teologia e virar pastor (voltando em cena apenas em 62).


As rádios são tomadas por músicas bem vistas pelos caretas e a moda era curtir Paul Anka . Apenas a galera da praia ainda oferecia alguma ponta de rebeldia. O rock na América parecia chegar ao seu fim.

Quando aparentemente as coisas se mostravam sob controle e a paz estava reinando nas vidas medíocres dos puritanos, o Rock sem que ninguém percebesse, havia atravessado o Atlântico,fecundando a Europa. Seria uma questão de tempo para que o Blues pagão iniciasse uma amálgama perfeita, com as atitudes e ideologias do velho continente, e em algum momento acabaria por se encontrar com os ensinamentos de um Sr. Chamado Crowley. A Era de Ouro do Rock N Roll estava apenas começando. Com muitas drogas, sexo, e claro, algumas coisas ocultas...

No próximo post desta série: A Grande Besta e o Sargento Pimenta..



O filme Crossroad (Com o Daniel San) conta a história de um rapaz que deseja aprender blues e sai em busca de seu sonho, junto com um amigo de Robert Johnson.

O oitavo episódio da segunda temporada da série Supernatural faz referências ao Mestre Jonhson.

Como havia prometido estou fazendo posts especiais sobre músicos e bandas que, de alguma forma se encontram com o ocultismo. Pra quem chegou agora recomendo a leitura Sobre o Sinal do Demônio.

To be continued...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sobre os Demônios e o Inferno.




O conceito clássico de Inferno foi inserido em nossa cultura americana através da tradição grego/romana, aliada ao judaísmo. A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) fez um grande esforço para espalhar pelo mundo esta idéia, divulgando com toda força pinturas e histórias trevosas, causando medo e espalhando o terror por todos os lugares onde conseguissem chegar. A divulgação do inferno e da idéia do castigo eterno foram muito mais divulgados do que qualquer outro conceito adotado pela ICAR. Quem não obedecesse sem questionar TODAS as ordens da igreja, seria condenado em vida a morrer de alguma forma chocante (para servir como exemplo) e condenado em morte a passar o resto da eternidade queimando nos quintos dos infernos. Fizeram um ótimo trabalho de propaganda e divulgação e até hoje este lugar provoca calafrios em quem acredita.

Como já vimos em Sobre as Egrégoras, criações de formas-pensamento podem ser construídas e até mesmo cristalizadas. Partindo deste princípio, algumas tradições acreditam que lugares parecidos com este conceito de inferno se cristalizaram no planos astrais mais próximos à crosta da Terra. Supondo que uma só pessoa já é o suficiente para construir um templo astral e Imaginando o número de pessoas que vem durante séculos pensando, temendo e visualizando o inferno podemos ter uma idéia do quanto a coisa pode ter sido cristalizada.

De acordo com essas tradições algumas egrégoras formaram vários infernos, vai do gosto do freguês e todos são habitados principalmente por humanos desencarnados, no Espiritismo estes lugares são conhecidos como Umbral. Esses lugares de vibrações mais densas variam muito, podem ser lotados de desgraçados sendo chicoteados,torturados, pegando fogo, lugares frios, úmidos, escuros, com insetos nojentos, cidades com ruas e casas em ruinas, e até mesmo a eterna repetição solitária de um suicídio. Cada um tem o inferno que merece. Uma Pessoa que passou a vida temendo ou adorando o demônio e acreditando mesmo na existência de um Paraíso e de um inferno, após desencarnar não se julgando merecedora do paraíso, acaba indo parar nestas zonas mais baixas, junto a outras pessoas com mesmas afinidades vibracionais e de pensamentos.




Ser merecedor de determinado inferno tem mais a ver com a sintonia vibracional do que com pecados, culpas e definições humanas do que é certo ou errado, naturalmente uma pessoa que passou a vida causando problemas as vidas de outrem irá parar num lugar com vibrações semelhantes as que ele emanava e atraía. Dentro de cada um desses infernos encontramos pessoas desencarnadas que com o tempo acabam tomando conta do lugar (o inferno de um pode ser o paraíso de outro), se julgam mais fortes (e por alguns aspectos são mesmo) que os outros e assim acabam mandando na quebrada. Eles alteram propositalmente suas aparências para ficarem próximos das imagens que muitos temem, moldando neles feições bizarras, garras, chifres e tudo o que lhes der na telha. Depois seguem todos os requintes de torturas, perversões e crueldades para deixarem aquele inferno uma beleza. Logo estes líderes encontram outros maníacos de confiança que vão ganhando status e subindo de cargo, tal qual uma empresa.


Com o passar do tempo (dias, meses, anos, séculos...) o desafortunado que acabou caindo num desses lugares, percebe que aquilo é uma grande armadilha para prender os tolos que acreditam naquela realidade. Caindo à ficha ele automaticamente muda de vibração. Ao mudar o seu campo vibracional ele poderá seguir alguns caminhos, dentre estes caminhos os básicos são quatro:

1- Ficar por ali e ir subindo de cargo.
2- Seguir algum grupo de seres evoluídos para continuar na sua evolução natural em outros lugares.
3- Seguir um grupo de seres pseudo evoluídos e cair em outras armadilhas astrais.
4- Sair vagando por ai procurando respostas ou atormentando a vida de outros seres (vivos ou mortos).

Dos seres que auxiliam os despreparados podemos citar os Nirmânakáyas, os Magos, os Bruxos, Xamãs, seus discípulos e voluntários (encarnados ou não). Se você não leu a respeito dos seres astrais leia AQUI.

Muitos que saem dos infernos vagam pela terra em busca de lugares e ou pessoas vivas com a mesma afinidade vibracional, procurando por prazeres terrenos ou respostas sobre o que se passa. Quando descobrem que após a morte as coisas não são muito diferentes, e que nada daquilo que foi prometido em suas igrejas era verdade, acabam se frustrando pelo tempo perdido em vida, descobrem que foram tapeados e extorquidos e vão em busca de vingança.




Depois de um curso prático e intensivo de atormentos nos infernos, fica fácil o sujeito usar tudo o que aprendeu para seu benefício próprio. Então encontramos estes seres perturbando a vida de todos aqueles que abrirem as portas, aparecendo com formas assombrosas e bestiais, alimentando-se de emoções e energias de seres vivos. Podem atuar tanto em grupo quanto individualmente. Estes se aproveitam das histórias inventadas e ao se manifestarem se intitulam como Demônios, capetas, diabos e todos os nomes relacionados aos seres assombrosos que eles SABEM que vão causar medo, pois o medo aumenta suas forças e assim vão curtindo até decidirem mudar de postura. Conhecidos como Obssessores, Encostos, Vampiros astrais, Kiumbas, Seres Goéticos e vários outros nomes, são velhos frequentadores das igrejas, centros espíritas, seitas e tradições que sempre fizeram contatos, acordos e barganhas com estes miseráveis, “para o bem e para o mal”.




O inferno é uma criação humana, sempre houve e sempre haverá um arquétipo que nos remeta a este lugar. Diversas tradições do mundo trazem histórias e crenças a respeito de lugares que se assemelham ao inferno. Os Demônios, diabos e capetas também são criações humanas e todas essas coisas são figuras alegóricas que constelam nosso inconsciente coletivo, auxiliando a evolução da humanidade ao longo das eras. A ICAR fez o favor de demonizar tudo o que fizesse parte das outras religiões, Baal, Baco, Belzebu, Cernunnos, Exú, Kali, Loki, Lúcifer, Tupã e tantos outros associando suas características e imagens à figuras do mal personificado. Automaticamente todos os que adoravam os deuses pagãos, adoravam o Demônio. E por conta disso uma galera foi assassinada em nome de um Deus cheio de amor e misericórdia. O trabalho foi tão bem feito que isso continua até nos dias atuais(Se bem que hoje quem toma a frente disso são os evangélicos fanáticos).




Quando se encontrar num inferno, seja ele no PMD ou no Astral, saiba que há apenas uma maneira de sair, que é despertando-se da ilusão para que haja uma mudança vibracional. Procure coisas melhores e vá em busca de sua evolução. Mas se for pra ficar num inferno, que seja, mas que seja por SUA PRÓPRIA VONTADE. Sempre haverá alguém que prefira o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia, Twain que o diga.




"O reino dos céus e o inferno estão ligados a sua demência permanente, eterno atrito ignorante"(Radiocarbono)



Então, era isso. Espero ter conseguido passar a bola!
Tenham todos um bom início, meio ou final de semana.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sobre as Mandrágoras.

Os feiticeiros da Idade Média acreditavam que as mandrágoras eram um tipo de meia-criatura entre o ser humano e o vegetal. Suas folhas reluziam à noite(por isso também eram conhecidas como velas do demônio) com um brilho estranho. Seus frutos e folhas exalavam um odor narcótico e sem igual. Sua raiz possuía a forma de uma pequena figura humana, com uma vida própria e esquisita, pronta para tornar-se o auxiliar de um mortal que tivesse coragem suficiente de tomar posse dela.



Porém tomar posse de uma mandrágora era uma ousadia repleta de perigos, porque ao ser arrancada da terra, ela soltava um grito tão assustador que aquele que o ouvia ficava insano ou caia morto no mesmo lugar.

Assim, o feiticeiro que desejava possuir uma mandrágora tinha que seguir um ritual no mínimo curioso:

Ao encontrar a planta, que geralmente crescia aos pés de um local sobre o qual estavam os restos mortais de um criminoso condenado a forca(debaixo de uma árvore ou cadafalso por ex.), o feiticeiro teria que ir buscá-la ao pôr-do-sol.


Sob os raios da luz do sol se pondo, ele tinha que desenhar três círculos ao redor da planta, tampava seus ouvidos com cera e se colocava contra o vento, para não sentir o odor narcótico da mandrágora.

Ele levava consigo um cachorro faminto e algum tipo de alimento, com o qual o cachorro poderia ser seduzido. Com uma barra de marfim ele soltava a terra ao redor da planta e cuidadosamente amarrava o cachorro a mesma, se afastava e mostrava o alimento para o cachorro, que em seguida corria ao encontro da refeição e assim puxava a planta da terra. Ao passo em que a planta era arrancada do solo o feiticeiro soprava uma trombeta o mais alto possível, para abafar o grito da mandrágora. O Cachorro, acreditavam, morria ali mesmo.


Assim, tendo conseguido arrancar a planta sinistra da terra, o feiticeiro envolvia-a em um pedaço de linho branco e poderia assim apressar-se pela escuridão que se formava tendo em mãos seu merecido prêmio.

Depois de colhida, separavam-se a raiz das folhas e de acordo com o propósito, eram manipuladas e ou consagradas em diferentes rituais para que determinado espírito possuísse a raiz assumindo assim o papel de auxiliar magístico de seu dono. Os cuidados com as mandrágoras variavam de acordo com o propósito ao qual elas serviriam, as mais cabulosas necessitavam de alimentar-se com leite, mel e sangue(do seu próprio dono), algumas eram vestidas com pequenas túnicas vermelhas com símbolos mágicos desenhados e, basicamente todas deveriam ser guardadas numa caixa envolta em seda e banhada quatro vezes ao ano com vinho. O liquido que sobrava após o banho possuía virtudes mágicas e poderia ser utilizados em feitiços.

Tantos mistérios rondam esta planta que mesmo nos dias atuais muitos a temem, muitos a desejam e poucos atrevem-se a arrancá-la do solo. São tantas lendas que a envolvem que as pessoas até duvidam de sua real existência. Mas não tenham dúvidas, esta planta escrota do capeta de fato existe.


 A verdadeira mandrágora, Atropa Mandrágora Officinarum, pertence a ordem de plantas Solanaceae, uma ordem muito conhecida entre as bruxas, feiticeiros, magos , xamãs, alquimistas e velhos hippies malucos. Desta mesma ordem também estão o Meimendro, a Dulcamara, o Estramônio e a Trombeteira (Aquela mesma da música do Ventania, da qual se faz um chá muito louco), todas com uma fama sinistra.

Por mais fantásticas que algumas histórias possam parecer, algumas destas antigas crenças sobre as mandrágoras são baseadas em fatos. A planta possui realmente uma raiz grande e gorda, que traz uma grosseira semelhança com a forma humana. Ela sem dúvida possui um perfume estranho, que alguns apreciam e outros detestam, e certamente ela possui propriedades narcóticas, alucinógenas, afrodisíacas e analgésicas. Na verdade a mandrágora é provavelmente o anestésico mais antigo utilizado pelo homem.


Nos tempos mais remotos, a raiz era utilizada para colocar os pacientes prestes a passar por uma cirurgia em estado de sono profundo, durante o qual as operações poderiam ser realizadas. A raiz era infundida ou fervida e um pouco era dado para o paciente beber, entretanto, tomava-se certos cuidados quanto à dose, porque quando usada em excesso poderia causar um sono do qual não se acordava mais. Outras vezes era usada apenas umedecendo um tecido para ser ministrada externamente.

A crença de que a mandrágora brilha a noite tem uma base de fato. Por alguma razão suas folhas atraem os vaga-lumes, e são essas pequenas criaturas, cuja luminescência esverdeada é muito impressionante, que fazem a planta brilhar na escuridão. Qualquer desavisado certamente poderia sentir-se assustado com a aparência da planta no escuro e achar que as antigas lendas sobre seus poderes diabólicos eram verdadeiras.


Até mesmo o grito temeroso pode ter ao menos um pouco de verdade de onde a lenda foi ganhando mais força. Essas plantas com raízes grandes e encorpadas geralmente crescem em lugares úmidos e quando são arrancadas da terra, soltam um ruído gritante (Claro que não tão alto quanto diziam). As lendas de pessoas que endoideciam têm mais a ver com o odor narcótico exalado pelas folhas na hora de arrancá-las do que com o ruído em si. Imaginem o sujeito já doidão com o cheiro da planta arrancando uma raiz que lembra um ser humano e que ainda grita. Quem consegue imaginar a cena também pode imaginar o que este mesmo sujeito poderia sair falando dessa situação.E claro, todos sabemos que "quem conta um conto aumenta um ponto".

Naturalmente todos os detalhes horrendos da lenda da mandrágora foram mantidos vivos por aqueles que vendiam as mandrágoras. As pessoas pagavam quantias exorbitantes por uma mandrágora em bom estado e com forma humana, e as guardavam como importantes talismãs. Muitos picaretas esculpiam em raízes formas humanas e vendiam como mandrágoras originais. Um antigo livro intitulado Thousand Notable, descreve passo a passo como fazer sua mandrágora falsa.

Mas nem todos preparavam as raízes apenas para vender e obter lucros, algumas tradições antigas de magos, alquimistas, bruxas e xamãs preparavam suas mandrágoras cuidadosamente e acreditavam de fato que elas poderiam abrigar um determinado espírito ou ter algum poder magístico, que os auxiliariam em suas práticas e rituais.Eram colhidas geralmente em noites de lua cheia sob a realização de alguma cerimônia ou ritual. Algumas tradições secavam lentamente a raiz em forma de homem em fogueiras ou em areia quente, o Balneum Arenae dos alquimistas.(Dai uma das origens da lenda do Homúnculo)


As mandrágoras secas e já consagradas (ou supostamente possuídas por algum espírito) eram passadas como relíquias ou amuletos aos membros de diferentes gerações de um determinado grupo ou família, sempre de forma secreta, principalmente na idade média, pois, adivinhem só o que acontecia quando os inquisidores achavam um bonequinho bizarro desses em sua casa?

A planta é citada na Bíblia em Gênesis na história de Lea 30:14 e também em Cantares de Salomão 7:13, só histórias estranhas. Também citada por Shakespeare em Romeu e Julieta. Acredita-se que o remédio que julieta usou para fingir estar morta tenha sido extraído de uma mandrágora. Muitos escritores flertaram com as lendas e as propriedades secretas das mandrágoras. É o caso por ex. de Platão em A República, Madame Blavatsk em A Doutrina Secreta, Maquiavel em A Mandrágora e Hans Heinz Ewers em Alraune( que significa mandrágora em alemão).

Hoje em dia ela ainda é usada como amuletos de sorte, prosperidade e proteção, é usada com fins magísticos e afrodisíacos, usadas também em doses seguras na fabricação de remédios homeopáticos e também usadas por algumas pessoas como droga recreativa. Podemos ver a caricatura desses homenzinhos estranhos em diversos filmes,livros jogos e desenhos. Como no filme de Guillermo Del Toro, O Labirinto de Fauno, no jogo de MMORPG Ragnarok e até mesmo nas histórias infantis de Harry Potter.


Existem coisas que o tempo não consegue apagar da memória das civilizações. São as lendas, os mitos, os símbolos, as tradições e tantas outras coisas significativas que compõe nosso Inconsciente Coletivo. E acreditem, isso tem um bom motivo.

Então era isso! Espero ter conseguido passar a bola.
Tenham todos um ótimo inicio, meio ou fim de semana!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Relações entre a mitologia grega e o cristianismo

ESTE POST É DE UM COLABORADOR DO BLOG, POSSO DISCORDAR DAS IDÉIAS AQUI ESCRITAS, MAS DEFENDEREI ATÉ A MORTE O DIREITO DE SEREM POSTADAS.(HEREGE)


Esse post tem a finalidade de demonstrar de modo básico como a cultura grega em diversos momentos se assemelha à cultura bíblica, mostrando diversos aspectos da cultura grega que parecem-se extremamente com a judaico-cristã. Quem assistiu Zeitgeist sabe que muitas narrativas bíblicas foram adaptadas de e por outras culturas. E isso não é nada condenável ou inexplicável, visto que essas civilizações desenvolveram-se em um perímetro muito limitado. Para chegar no ponto onde quero, irei explicar um pouco de como se organizaram essas civilizações (como disse HEREGE nos comentários, essas não são as primeiras civilizações - podem surgir posts futuros sobre essas).

Com o surgimento da agricultura, os povos, que estavam se tornando sedentários, precisavam de um local fértil para garantir a produção agrícola durante o ano todo, já que a caça e pesca estavam cada vez mais caindo em desuso, por causa da domesticação de animais para consumo. Sendo assim, alguns agrupamentos humanos foram surgindo, e entre os que viveram e lutaram pela mesopotâmia, destaco os acádios, persas, egípcios, caldeus, babilônicos, e os hebreus (de origem judaica - a mesma da religião), entre outros. Quem ler a bíblia verá a influência de todos esses povos na história dos próprios hebreus, como por exemplo a dominação egípcia na época de Moisés, o domínio Babilônico séculos mais tarde, a libertação dos Hebreus pelo povo Persa... Enfim... como estavam todos em um território muito próximo e disputado, não é para menos que um povo conquistasse o território do outro rotineiramente. Essa conquista acaba por gerar misturas culturais, e muitas vezes religiosas. Na bíblia existem inúmeras referências de combate à Idolatria ou à miscigenação de povos - que por sinal era um risco muito grande para a preservação da cultura dos mesmos. Essa é apenas uma introdução àquilo que se viu em Zeitgeist com relação à referências de personagens e narrativas tidas como cristãs em outras culturas.


Bom... paralelo a isso, existiam outras culturas fixadas em outros cantos da Europa, África e Ásia. Como os asiáticos não tiveram relações com os europeus e africanos, sua cultura foi totalmente diferente, como vemos em todas as manifestações orientais, como o Budismo, Hinduísmo, entre outras, que se mantém distantes, sob certa ótica, das ideias e cultura ocidentais.

Os gregos, em especial, são o povo que eu procuro estudar mais a fundo nessa postagem. Para isso, é necessário entender como se deu o desenvolvimento de sua cultura. Os gregos, assim como outros povos, recorreram à mitologia para explicar fenômenos e divindades. Como, por exemplo, o surgimento de alguns animais (como Quelone, que por sua preguiça foi transformada em tartaruga), ou a instauração do mal sobre a terra (quem não ouviu sobre a caixa de Pandora, né...). Essas narrativas serviam para explicar o mundo. Assim como explica-se que chove porque é vontade de Deus. Essas explicações não abrem espaço para dúvidas nem intervenções, são suficientes em si. Duvidar é blasfêmia. Mas os gregos, diferentemente de outros povos, desenvolveram a ciência e a filosofia, fazendo cair em desuso a mitologia, e focando suas atenções no homem. Isso é claro ao analisar-se a arte produzida por eles. Na era mitológica, a arquitetura se fortaleceu, com a construção de templos e oráculos. Na lógus, período onde a filosofia e ciência instauraram-se, o homem passou a ser o centro da atenção, com vemos na estatuária e nos ornamentos relativos à jogos olímpicos, por exemplo.

Entretanto, as outras culturas, em sua maioria, ignoraram a razão humana, e continuaram pensando o mundo de maneira ideológica, com olhos apenas na religiosidade. Seriam necessários vários posts para mostrar como Roma tomou a Grécia, como o Cristianismo e o politeísmo dessa cultura se chocaram e provocaram sua queda, como ocorreu a Idade Média. Mas por hora é suficiente mostrar um fato: a ciência só passou a ser valorizada e praticada após o Renascimento, quando as ideias cristãs praticadas durante toda a Idade Média caíram por terra, substituídas pelas ideias gregas que Renasceram (Renascimento). Se a insistência na mitologia cristã não tivesse sido tão rígida, teríamos uma civilização muito evoluída atualmente. Evoluída mil anos a frente. Exato. A Idade Média, onde a ciência era perseguida, a alquimia punida, a filosofia e astronomia castigadas, foi um período negro, que durou mais de 900 anos, onde apenas as ideias do papa eram respeitadas, e todas as outras passíveis de fogueira.

Para compreender como o mundo é hoje, precisamos olhar para o passado e ver que a maioria das religiões surgiram de um mesmo ponto: a necessidade. Entretanto, os limites da religiosidade não foram devidamente respeitados. A procura pelo interior, o humano enquanto divindade, foi negado. O Homem é muito importante no mundo, e esse precisa encontrar-se como tal. Olhar para dentro de si, negando-se a digerir tudo o que lhe é jogado. Os gregos assim fizeram, e se seu pensamento se mantesse, ou pelo menos se transformasse e evoluísse, o mundo hoje provavelmente seria outro: mais aberto, mais desenvolvido, talvez mais humano.

Em outro post irei disponibilizar algumas narrativas da mitologia grega, para contrastar com a cultura judaico-cristã. Muitas coisas são extremamente parecidas. E também procurarei pontuar alguns pontos comuns de culturas mesopotâmicas com a judaico-cristã. Quanto a esse último, não irei aprofundar muito, pois várias ideias já estão expressas em Zeitgeist. Recomendo para quem não assistiu ainda. É um excelente documentário para compreendermos de fato aquilo que ouvimos desde crianças em nossos lares e igrejas.

Um grande abraço!